Garanto que vi a dúvida nos olhares de muitos. Não por menos, vi a dúvida em mim também. A Márcia empreendedora fritava em questões que perpassam a cabeça de qualquer mulher empreendedora: “como farei isso funcionar? Como será me ausentar por alguns meses? Quem ficará no meu lugar?” Não bastassem meus próprios medos, as pessoas também me impunham os delas: “Ah mas você não pode se ausentar, a empresa é sua’”. Corta para a Márcia atual. Filha de três meses dormindo no quarto ao lado. Estou alerta a ela. E às planilhas. Ao planejamento de fevereiro também. Ouço Aurora balbuciar. “Putz, ela acordou”. Não. Era alarme falso. Ufa. Termino os feedbacks todos. Durmo com o celular no rosto, gentilmente retirado pelo meu companheiro. Acordo e penso nos dois meses de licença. “Consegui”, celebro o feito enquanto outras mães celebram seis. Outras, nenhum.
Mas fato é que tenho vivido e superado, dia após dia, os desafios dessa equação. Ser mãe e empreender é malabarismo posto, mas o topei. E é possível, hoje sei. Mas seria imensamente melhor se maternar não significasse, pra muita gente, a impossibilidade de empreender.
Começa com nós, mulheres. Em não deixarmos que nos façam duvidar de nossa capacidade profissional quando esse momento chegar. Passa também por uma sociedade receptiva a uma nova rotina, de pura adaptação.
Sem falar da importância de ter ou poder criar uma rede de apoio. “É preciso uma aldeia para criar uma criança”, sim. E agradeço demais à aldeia mrrunners, uma equipe de mais de 9 profissionais, que abraça a assessoria e também dá o seu melhor por ela, além de clientes conscientes, poderosos e gentis que não duvidaram de que a gente trabalharia um montão pra roda continuar girando. E vai girar cada vez mais