Quando você fala que participa de corridas, na trilha ou no asfalto, já te perguntaram “Você ganha alguma coisa? Dinheiro? Prêmio?” Para mim, várias vezes.
As provas me trazem muitas coisas, mas dinheiro não, para o espanto principalmente de quem não pratica o esporte. As vezes que subi no pódio, ganhei troféus, em pouquíssimas provas, ganhei algum presente do patrocinador. “Mas porque raios você participa, se não é para ganhar?” Isso rende muitos outros posts.
Mas convivo com atletas que tem o esporte como profissão e posso te afirmar que eles também na maior parte das vezes não ganham nada além de troféus. Eventualmente ganham presentes (que ajudam muito) e em raros casos, ganham dinheiro. Num país como o nosso, em que o apoio ao esporte profissional é insuficiente, seria uma renda muito bem-vinda.
Pesquisei a causa principal da raridades das premiações em dinheiro. Para minha surpresa não é o valor distribuído, mas a dor de cabeça do organizador para apurar o resultado com segurança e justiça. Se mesmo em provas que não valem dinheiro se vê trapaça como trocar números, cortar caminho, etc. imagina a “criatividade” do pessoal quando vale dinheiro.
Para o organizador, esse controle é oneroso, assim, simplesmente opta pelo caminho mais fácil e curto: a extinção da premiação. Assim, ela fica restrita à poucas e grandes provas.
É uma pena, pois mais atletas poderiam viver do esporte. É injusto para quem tem potencial e treina arduamente. Perde o esporte de alto rendimento do País, problema que se soma à falta de apoio.
Eu fico daqui, com muita tristeza pensando: cadê a premiação em dinheiro para esse pessoal?