Quando minha mãe dizia isso, quase sempre ficava chateada. Como assim? Se todo mundo tá lá ou fazendo determinada coisa, eu quero também.
Aprendi com tempo que não é bem assim, ainda bem. Se você ainda acha injusto, reflita: em alguns momentos (eu diria em vários) as mães têm razão. E como têm! Na infância era normal ir na onda em que todo mundo tava curtindo. Mas agora temos as famosas curtidas quantificadas dos nossos seguidores, daí a galera perdeu o freio.
E isso serve pra tanta coisa. Mas fica aqui minha abordagem no esporte. A pessoa mal começou a correr, daí vem um “coleguinha” com aquela pergunta capciosa: que dia você vai fazer sua primeira maratona?
Pronto. Ali plantou um sentimento no outro que nem ele talvez quisesse sentir. Sim. Você pode muito bem praticar a corrida, fazer muitas aliás, e não necessariamente passar por uma maratona. Um corredor experiente não é aquele que completa uma maratona, mas aquele que respeita cada momento da sua evolução e também sabe se quer ou não fazer uma maratona um dia. Isso é uma decisão muito pessoal e intransferível.
O individuo resolveu iniciar no triatlhon, ele sai do nada e em um ano vira Ironman. Pronto. Ele cumpriu o protocolo da sociedade amadora das redes sociais. A minha critica não é somente pelo tempo em que se levou pra fazer isso, mas qual o propósito disso?
Está tudo muito acelerado, eu entendo, mas os nossos desejos e vontades não deveriam. O que você quer? O que realmente te daria um prazer enorme em completar? Não há nada de errado em buscar a opinião das outras pessoas, mas lembre, que no final, a decisão é sua!
Nessa vida não precisamos ser maratonistas, ultras, ironman, crosfiteiros, veganos, concursado, plantar uma árvore, ter um filho ou ser blogueiro.
Se alguém quiser enfiar isso na sua cabeça e não for da sua vontade, responda(por mim e por você): vou não! Minha disse que eu não sou todo mundo! E gente, não ser todo mundo é maravilhoso. É libertador!🙅
