A constância é muitas vezes melhor do que o pódio a todo custo.

Que duelo, hein? Outro dia, um jovem me falou assim: quero a todo custo fazer um tempo X na maratona. Ótimo, como forma de motivação, um objetivo que te leve a treinar mais e melhor. Mas, pensando com cuidado, será que vale a pena pôr tudo em jogo para baixar o tempo?

Em mais de 9 anos dando aula de corrida já tive alunos, amigos e até me incluo nessa, que passaram da dose nos treinos e a danada da lesão veio. Ninguém está imune a isso. Quem já se lesionou sabe a dor que é isso, e não digo só fisicamente, talvez pior ainda seja a dor de ficar fora das pistas.

A “dose” de cada indivíduo é única. Descobrir e ajustar o volume e a intensidade do ideal do treino é missão do treinador, que dispõe de conhecimento e ferramentas para isso. Independente disso, mesmo tomando todos os cuidados, é certo que o aumento dessas duas variáveis aumenta o risco de lesão.

O que ocorre é que muitas vezes a pressão por resultado prevalece, ou a comunicação treinador-atleta não é efetiva e os sinais que o corpo dá são ignorados. Resultado? Semanas, e até meses, no “estaleiro”. Curiosamente, alguns dos dias mais felizes que eu presenciei dos meus alunos, foram quando puderam voltar a correr com regularidade.
Daí eu pergunto? Vale mesmo ter o melhor tempo, baixar alguns segundos no pace em uma temporada curta e passar os outros meses lesionado, com dor, gastando dinheiro e tempo com fisioterapia?

Então jovem, antes de exigir que o treinador “arroche” na planilha, lembre que não respeitar a condição e a evolução de seu corpo pode custar bem caro. E acredite, não vale a pena

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