Aquela reflexão: quem somos nós na fila do pão?
Sou uma treinadora e isso já é muito, acredite! Nunca fui atleta e nunca quis ser. Mesmo assim, ralei muito. Aos 21, formei em Educação Física e comecei a trabalhar mais cedo ainda. Treinos regulares, somente depois de posicionada no mercado de trabalho.
A maioria dos corredores é amadora e está tudo certo. Mas quando você passa para o lado de cá, treinadora, a cobrança aumenta exponencialmente. Para alguns, não basta ser uma excelente profissional, você precisa ser ou ter sido atleta também, ter subido em muitos pódios.
Pessoas que não me conheciam e até pessoas próximas, deixaram de me contratar porque sou uma corredora normal, com tempos normais….louco isso, né? E pensar que essas mesmas pessoas tem tudo igual a mim, tempos e tudo mais.
Se o treinador pôde também ser atleta profissional, excelente! Mas se não, isso não será impeditivo de ser um treinador competente. Da mesma forma que a experiência como atleta somente não é o bastante para ser um bom treinador.
Mas o mundo dá voltas. Recentemente fui contratada por uma ex-atleta olímpica, famosa e querida…Ela não me exigiu pace, nem pódios. Só o meu trabalho.
Não me arrependo das escolhas que fiz. Treinadora na fila do pão, com muito orgulho! Estou em cada uma das conquistas dos meus atletas, seja começar a correr, seja subir no degrau mais alto do pódio!